Não sei bem quem ou o que sou. Ainda tento desvendar meus próprios segredos. Sempre descubro alguma coisa a meu respeito. Estou me autoconhecendo aos poucos.

terça-feira, 19 de julho de 2011

SENTINELA




Como se andasse por ruas desconhecidas,
quarteirões e casarões sombrios.
Passando por bancos de praças
com bêbados adormecidos.
Seguida por alguém como uma sombra...
Vigiada.
Cidade em silêncio.
Ruídos de passos misturados ao sussurro do vento.
Vozes ao longe, no deserto de minha rua.
Nas casas, fracas luzes a iluminar a noite.
Fechando os olhos sinto a brisa,
Ergo meus braços respirando o ar obscuro da noite.
Abro os olhos e ouço o silêncio,
Curiosa do mistério que me cerca.
Ruas e casas abandonadas...
Pequenos e leves ruídos ao redor...
O medo apodera-se de mim
Tomando conta...
E receosa de olhar em minha volta,
Apresso meus passos fingindo
Não ter ninguém aqui.
Não olho para o lado,
Nem ergo a cabeça.
Sigo meu caminho sem olhar aonde vou.
Os ruídos ecoam no silêncio desértico da rua
E, ainda mais perto, aproximam-se de mim.
Desesperada quero correr,
Não sei lutar, vou perder...
No frio que me enrijece o corpo,
Crio forças pra fugir.
Na fuga, cega de medo,
Surda ao seu chamado,
Corro e tropeço.
Com a queda, corpo dolorido,
Coração exaltado a saltar pela boca.
Corro os olhos em volta
A procura do inimigo que me segue.
Então sinto o peso das mãos em meus ombros...
Fecho os olhos pensando ser o fim.
Por segundos espero e não há nada...
Abro os olhos e vejo
Você
Ali, novamente a cuidar de mim,
Como um anjo a guardar meus passos,
Vigiar meu caminho...
E eu, receosa de mim,
Fugindo de você.


Cyssa Amaral
19.07.2011

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