Não sei bem quem ou o que sou. Ainda tento desvendar meus próprios segredos. Sempre descubro alguma coisa a meu respeito. Estou me autoconhecendo aos poucos.

domingo, 17 de abril de 2011

NOVA INQUILINA





Me entrega logo estas chaves,

Me deixa logo limpar tudo isso,

Fazer uma faxina.

Serei tão rápida e certeira,

Que você nem perceberá,

Nem vai doer...

Cuidarei de tudo de forma carinhosa,

Jeitosa e caprichosa.

Depois da limpeza,

Tudo estará como novo...

Entro sem você nem perceber.

Mas não se apresse,

Não me ofenda.

Agora é tarde...

Faz um favor, vai lá

Pega a pá

E cata os pedaços de tudo

Que você quebrou...

Pronto!

Agora sou tua nova inquilina...

Não, não há necessidade

De pagar aluguel, eu sei...

Foi combinado que eu roubasse o local...

Mas você o entregou

Sem que eu precisasse pedir

Ou tomar...

Praticamente implorou que eu me apoderasse,

Permanecesse, ficasse com o lugar...

Mandou melhorar, "blindar" meu novo lar

Para que de forma alguma

Eu me sentisse insegura aqui...

E como me faz bem,

Como me sinto bem neste lugar...

Obrigada pela doação...

Nunca imaginei que seria tão bom

Habitar um coração...

Agora, fecha teus olhos...

Olha pra onde moro e me diz:

Consegue me enxergar lá?

"_Meu coração é uma escultura tua..."

Que bela obra de arte...



Cyssa Amaral
17.04.2011



Participação mais que especial do Ramon... pois este poema é apenas adaptação
de nossa conversa... e tua resposta "Meu coração é uma escultura sua..."
me surpreendeu e iluminou minha noite, que até então, estava sob completa escuridão...

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